A evolução tecnológica está provocando mudanças profundas e aceleradas em diversas áreas da sociedade, e o ensino médico não é exceção. Neste contexto, a inteligência artificial (IA) e ferramentas como o chat GPT surgem como aliados poderosos para transformar e aprimorar o
processo educacional. Este texto visa explorar o potencial dessas tecnologias no ensino médico, abordando como docentes podem incorporá-las em suas práticas pedagógicas e avaliativas, adaptando-se às novas demandas do século XXI, em vez de se opor à modernização e à disponibilidade da informação. A Inteligência Artificial (IA) e o chat GPT têm o potencial de revolucionar o ensino médico, auxiliando docentes em diversas frentes. Nesse sentido, é crucial que os professores compreendam a importância dessas ferramentas e as incorporem em suas práticas, pois resistir à modernização pode ser um grande desperdício de tempo e recursos. São diversas e notórias as evidências que apontam para a utilidade da IA e do chat GPT no ensino médico sob a perspectiva do docente, dentre elas, destacam-se as seguintes: a possibilidade de atualização constante, a personalização do ensino, a docência eficiente, o incentivo as metodologias ativas de aprendizagem, o acesso franco a informação, a colaboração interdisciplinar e, talvez o mais relevante, a avaliação formativa e inteligente.
Primeiramente, o chat GPT, por exemplo, alimentado por IA, tem acesso a um vasto conjunto de informações médicas atualizadas. Os docentes podem utilizar a ferramenta para se manterem atualizados sobre os avanços em sua área, enriquecendo as aulas e contribuindo para a
formação de profissionais mais capacitados.
Ademais, a IA permite adaptar o conteúdo às necessidades e ao ritmo de aprendizagem de cada aluno. Professores podem utilizar o recurso para criar exercícios e materiais personalizados, ajudando os estudantes a superar dificuldades específicas e a aprofundar seus conhecimentos em áreas de interesse.
Outra aplicação das presentes inovações reside na libertária automação de tarefas rotineiras da docência, tais como: a criação de testes, a correção de provas e a elaboração de planos de ensino. Tal facilidade libera tempo para que os professores se concentrem em atividades mais importantes, como o aprimoramento de suas habilidades técnicas e pedagógicas e a realização de pesquisas.
Não menos importante é o uso da IA para se desenvolver metodologias de ensino inovadoras e interativas, que envolvam os alunos de maneira mais significativa. Isso pode incluir a criação de simulações, jogos educativos e discussões em grupo mediadas pela própria IA, tudo para que se promova a aprendizagem ativa e a retenção do conhecimento.
É ponto pacífico a democratização do conhecimento oferecida pela internet, porém, a vastidão de informações disponíveis também resulta em um ambiente propício para a disseminação de desinformação e interpretações errôneas. Diante desse cenário, a inteligência artificial pode
desempenhar um papel fundamental no acesso a informações mais confiáveis e baseadas em evidências. Além disso, a IA e o chat GPT podem facilitar a comunicação e colaboração entre docentes de diferentes áreas, promovendo a troca e a verificação de conhecimentos, integrando sob diversas perspectivas o ensino médico.
O ponto nevrálgico das discussões que presencio nas salas de professores sobre IA reside no desafio das atividades avaliativas convencionais frente a essas poderosas ferramentas. Pois a realização de trabalhos escritos, como revisões bibliográficas, são prática comum no ensino médico. No entanto, com o advento do chat GPT e outras ferramentas baseadas em IA, as abordagens de avaliação tradicional podem se tornar ainda mais ineficientes e obsoletas.
Nesse sentido, em vez de solicitar aos alunos que realizem atividades que possam ser facilmente realizadas por uma IA, como a elaboração de uma revisão bibliográfica por exemplo, os docentes podem repensar suas metodologias de avaliação para tirar proveito das tecnologias disponíveis e desenvolver habilidades mais relevantes no contexto atual. Algumas sugestões incluem a avaliação baseada em projetos, os estudos de casos, as dinâmicas tutoriais da aprendizagem baseada em problemas (ABP), avaliações formativas e avaliações por pares por exemplo.
Incentivar os alunos a aplicarem seus conhecimentos teóricos em situações práticas, por meio do desenvolvimento de projetos que envolvam a solução de problemas reais na área médica, permite que os estudantes desenvolvam habilidades críticas de pensamento, análise e trabalho em equipe. Além disso, ao utilizar estudos de caso para avaliar a capacidade dos alunos em aplicar o conhecimento adquirido a situações clínicas específicas, estimula-se a reflexão e o raciocínio clínico.
Motivo pelo qual a implementação da metodologia ABP, onde os alunos trabalham em pequenos grupos para resolver problemas complexos e autênticos, promove a aquisição de conhecimentos, habilidades de pensamento crítico e colaboração. Além de permitir avaliação por desempenho, de forma muito similar aos critérios utilizados no mundo do trabalho para se alcançar a efetivação enquanto profissional de empresa pública ou privada.
Diante de todo o exposto, a proposta para modernização das avaliações no ensino médico reside em utilizar a IA e ferramentas como o chat GPT para atividades avaliativas que sejam formativas, personalizadas e que permitam aos alunos e docentes monitorar o progresso da aprendizagem, sempre identificando as áreas que precisam de aprimoramento. Isso pode incluir questionários, simulações, feedbacks instantâneos, avaliação por pares, entre outras. Sempre de forma a promover a reflexão crítica e o desenvolvimento de habilidades de comunicação essenciais ao exercício profissional médico.
Ao reformular as práticas avaliativas, os docentes podem assegurar que os alunos desenvolvam atributos relevantes para o contexto atual e futuro da medicina, em vez de se concentrarem em atividades que possam ser facilmente substituídas por ferramentas tecnológicas, como o chat GPT.
Em suma, a inteligência artificial e o chat GPT oferecem inúmeras possibilidades para aprimorar o ensino médico sob a perspectiva do docente. Ao abraçar essas tecnologias e adotá-las em suas práticas, os professores estarão não apenas promovendo um ensino médico mais atualizado e eficiente, mas também preparando seus alunos para o futuro mundo do trabalho médico, cada vez mais permeado por inovações tecnológicas.